UPA de Mateus Leme pode ter paralisação


Efeito pode ser o de sobrecarregar atendimento no Hospital “Manoel Gonçalves”, em Itaúna

No dia 1º de junho de 2024, a Unidade de Pronto Atendimento – UPA da vizinha cidade de Mateus Leme foi entregue à população pelo prefeito à época, que foi reeleito, Renilton Coelho. Porém, seis meses depois, os médicos que trabalham no local ameaçam paralisar os serviços por falta de pagamentos. Em Juatuba, outra cidade da região, e que faz divisa com Mateus Leme, os médicos da UPA daquele município paralisaram os serviços no dia 19 de dezembro. 

Nesta semana, a reportagem da FOLHA recebeu um texto que anunciava a denúncia da paralisação iminente dos serviços também em Mateus Leme. “Chegou ao conhecimento público uma grave situação envolvendo a saúde pública nas cidades de Mateus Leme e Juatuba. Médicos e funcionários da UPA de Mateus Leme anunciaram a intenção de suspender os atendimentos devido à falta de pagamento, que persiste desde setembro de 2024”, aponta o texto. 

E afirma ainda que “a situação (de Mateus Leme) é idêntica ao que ocorreu no Pronto Atendimento de Juatuba, onde a paralisação dos serviços já foi efetivada. Com a interrupção dos atendimentos em Juatuba, a UPA de Mateus Leme passou a receber um fluxo muito maior de pacientes, resultando em superlotação e sobrecarga no atendimento. Além disso, a suspensão do funcionamento das unidades básicas de saúde pela prefeitura de Mateus Leme contribuiu ainda mais para o agravamento da crise”. 

E continua a informação que, “embora o salário de setembro tenha sido pago após intensas mobilizações, desde então, os médicos não receberam mais nenhum repasse, pois a prefeitura não realizou o pagamento à empresa responsável pela gestão financeira. O prefeito de Mateus Leme, que já atuou como médico na própria UPA e de quem se esperava maior sensibilidade para com a saúde pública, não apresenta qualquer resposta ou previsão para resolver o problema”, acrescenta. 

E conclui o texto com a afirmação de que, “diante disso, os médicos de Mateus Leme estão se organizando para paralisar os atendimentos, como ocorreu em Juatuba. A população das duas cidades ficará desassistida, e qualquer demanda em saúde será uma responsabilidade direta das prefeituras. A situação já foi reportada ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas da União e do Estado, e ao Conselho Federal de Medicina, para que as autoridades tomem as devidas providências. Este é um alerta para que todos os cidadãos estejam cientes da grave crise que afeta os serviços de saúde da região. A omissão dos gestores públicos não pode ser tolerada”. 

Finalmente, é feito um pedido para que a denúncia seja tornada pública: “Pedimos que esta denúncia seja divulgada amplamente à população para que todos estejam informados, mas solicitamos que a fonte seja mantida anônima, visando proteger aqueles que reportaram os fatos. É imprescindível que este alerta chegue a quem mais será impactado por esta crise: a população”. 

Situação pode repercutir em Itaúna 

Sem o funcionamento das UPAs de Juatuba e de Mateus Leme, como se anuncia, cidades como Betim, Pará de Minas e Itaúna, que são mais próximas, podem ter o seu atendimento médico público afetado. Em Itaúna, o Hospital “Manoel Gonçalves” já atende as populações de outros municípios, como Itatiaiuçu e Itaguara, e pode ter seu atendimento sobrecarregado ainda mais, conforme temem pessoas ligadas à área da saúde na região. 

Nos municípios de Mateus Leme e Juatuba, as UPAs são administradas por empresas contratadas pelas prefeituras. Em Mateus Leme, informações são de que o prefeito teria afirmado que o problema está na administração da empresa responsável e esta teria devolvido o questionamento, afirmando que a Prefeitura não repassou os recursos. A reforma da UPA, conforme informado, foi realizada com recursos vindos do acordo de reparação da Vale, devido à tragédia que a empresa ocasionou na cidade de Brumadinho.



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